Valorizar e orientar os Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão Eucarística (MESCEs) para que vivam com zelo e caridade sua missão de levar a Eucaristia aos irmãos enfermos e idosos, promovendo comunhão com a comunidade eclesial e a presença consoladora de Cristo na dor e na solidão.

         A visita aos doentes é uma ação litúrgica e pastoral que leva Cristo vivo na Eucaristia àqueles que não podem mais participar da Santa Missa. Conforme o Ritual da Sagrada Comunhão e do Culto Eucarístico fora da Missa, os MESCEs são enviados pela Igreja para prolongar a mesa eucarística até o leito dos enfermos, tornando presente o mistério da comunhão mesmo na fragilidade da vida. Trata-se de uma missão profundamente evangelizadora e misericordiosa, que revela o rosto compassivo da Igreja, a exemplo do Bom Samaritano (cf. Lc 10,29-37). Levar a Comunhão aos doentes e idosos é uma missão belíssima, e quase que exclusiva do MECE. É uma das missões mais importantes e gratificantes, pois normalmente significa levar Jesus ao encontro de alguém que realmente está precisando.


          Os enfermos, bem como os idosos, são pessoas que sofrem. Alguns participaram a vida toda na comunidade e agora não podem mais. Nesse momento, precisam que a Igreja vá até eles; precisam de força, de ânimo, de coragem. Jesus Eucaristia, para muitos, constitui a única alegria da semana e ninguém mais do que Ele pode animar, fortalecer na fé e consolar o enfermo. É muito gratificante poder dar essa alegria aos enfermos e idosos, levando-lhes Jesus vivo.

Dimensão Eclesial e Comunitária

         

          A visita não é uma extensão do ministério da Igreja. O ministro é enviado em nome da comunidade e retorna com as dores, alegrias e pedidos daqueles que visitou. Por isso, é importante manter viva a comunhão entre o doente e sua paróquia, informando ao pároco, rezando os nomes na oração da comunidade e, sempre que possível, promovendo outros serviços (como unção, confissão ou visitas pastorais). Essa ligação entre o doente e a comunidade é essencial para que ele não se sinta esquecido, mas membro vivo do Corpo de Cristo.

Preparação Interior e Espiritual do Ministro


          Antes de visitar um doente, o MESCE deve buscar uma disposição interior de oração, silêncio e reverência. É necessário estar em estado de graça, participar da Eucaristia e preparar-se com a Palavra de Deus. A visita não é um ato mecânico, mas uma entrega de Cristo ao irmão que sofre, por isso o ministro é também sinal de ternura, escuta e consolo. A espiritualidade eucarística do ministro o capacita a viver esta missão com fé viva e compaixão sincera, como ensina o Papa Francisco: "Os doentes são o centro do amor de Cristo, e os que os visitam são instrumentos deste amor."

Atitudes Durante a Visita

         

          Ao chegar à casa ou hospital, o MESCE deve se apresentar com humildade e acolhimento. Deve conduzir a visita com serenidade, respeito pelo ambiente familiar e atenção ao estado emocional e físico do enfermo. Sempre que possível, seguir o rito breve de comunhão proposto no Ritual. A oração deve ser feita com voz pausada e tom reverente, respeitando o tempo e as condições do doente. Após a comunhão, é importante fazer um momento de silêncio e concluir com a bênção. É sempre desejável um pequeno diálogo com o enfermo e seus familiares, valorizando a escuta e a presença pastoral.


 amor.".


 A Visita como Fonte de Graça para o Ministro

           

          A visita ao enfermo não transforma somente aquele que recebe, mas também aquele que doa. Muitos MESCEs relatam que saem das visitas mais fortalecidos espiritualmente, tocados pela fé dos doentes e comovidos pela presença silenciosa de Cristo na dor. Essa experiência é também uma escola de humanidade, humildade e gratidão. A missão do MESCE é, portanto, um caminho de santificação pessoal e de evangelização concreta, como ensina a Igreja em sua tradição pastoral.


Cuidados que deve ter o MECE com a Eucaristia quando a leva aos doentes.

           

         

* TRANSLADO DA HÓSTIA CONSAGRADA


1. Preparação Interior e Espiritual - Antes mesmo de assumir o serviço da visita, o MESCE deve cuidar da disposição interior. Trata-se de um serviço sagrado, que exige fé viva, recolhimento e pureza de intenção. O ministro deve estar em estado de graça, ter participado da Santa Missa e feito um momento de oração silenciosa antes de sair com o Santíssimo Sacramento. A Igreja recomenda que, sempre que possível, a visita aos doentes ocorra logo após a Missa, como extensão natural da liturgia celebrada. Assim, o MESCE se torna verdadeiro “portador de Cristo” e não mero portador de um objeto sagrado.


2. Acondicionamento Seguro da Hóstia Consagrada - A Eucaristia deve ser levada em uma teca apropriada, que deve estar limpa, digna e respeitosamente acondicionada. Essa teca deve, por sua vez, estar guardada dentro de uma bursa (ou bolsa do Santíssimo), preferencialmente suspensa ao pescoço, sobre o peito do ministro, em sinal de honra e responsabilidade. Nunca se deve carregar a Eucaristia em bolsas comuns, bolsos ou mochilas, pois isso compromete o devido respeito. O recipiente deve ser exclusivo para este fim e manuseado com cuidado e reverência.


3. Conduta durante o Trajeto - Enquanto transporta o Santíssimo, o ministro deve manter atitude orante e silenciosa. Não é permitido fazer paradas desnecessárias (CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS, Instrução Redemptionis Sacramentum, n. 133), conversas triviais ou atividades que desviem a atenção do sagrado. O trajeto até a casa ou hospital deve ser o mais direto e breve possível, evitando exposições desnecessárias ao risco de profanação. É recomendável que o MESCE reze em silêncio ou mentalmente durante o percurso, mantendo-se consciente de que está transportando o próprio Senhor Jesus Cristo.


4. Guada da Sagrada Eucaristia - A Eucaristia jamais deve ser confiada a pessoas não autorizadas ou não preparadas, mesmo que sejam familiares ou próximas. Essa responsabilidade é exclusiva do ministro instituído ou designado pela paróquia, conforme orientações da Igreja.


* NO LOCAL


          Ao chegar no hospital ou à residência do doente ou idoso, o Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão Eucarística deve manter a mesma reverência e zelo com que conduziu o Santíssimo durante o trajeto. O ministro deve vestir sua opa ou insígnia litúrgica própria antes de ministrar a comunhão, como sinal visível de sua missão e do caráter sagrado da ação que realiza. Se for na casa é importante também instruir previamente a família para que prepare um pequeno altar ou mesa com toalha branca, e, se possível, duas velas acesas, criando um ambiente propício e digno à presença do Senhor. A teca com o Santíssimo Sacramento deve ser colocada sobre essa mesa com todo respeito, até o momento da comunhão.


         Segundo o Ritual Romano da Sagrada Comunhão Fora da Missa, ao entrar na casa, o ministro saúda os presentes com cordialidade cristã e dá início à celebração com um breve rito inicial e Liturgia da Palavra, adaptada à condição do enfermo. Em seguida, convida todos à oração do Pai-nosso, apresentando então a Eucaristia ao doente com palavras respeitosas e fé viva. Após a comunhão, é necessário conduzir o doente a um breve momento de silêncio, em ação de graças pela presença de Cristo em sua vida e sofrimento. A celebração se encerra com uma oração final e a invocação da bênção de Deus sobre o doente, pedindo paz, consolo e fortaleza para ele e seus familiares. Esse momento, ainda que breve, deve ser marcado pela presença amorosa e pastoral da Igreja, que acompanha seus filhos nos momentos de fragilidade com o pão do céu e o calor da comunhão eclesial.


* Observações Importantes


  1. Não é permitido guardar o Santíssimo Sacramento em casa para entregá-lo em outro momento ao doente. A Eucaristia deve ser levada diretamente da igreja até o local da comunhão e, caso não seja consumida, devolvida imediatamente ao sacrário ou consumida no local, conforme as normas litúrgicas.
  2. Caso o doente não possa comungar, a hóstia consagrada deve ser comungada pelo próprio ministro com reverência. Da mesma forma, se houver sobras de partículas consagradas após a distribuição, estas devem ser consumidas pelo MESCE ao final da celebração, na casa do enfermo, em espírito de adoração.
  3. Os fragmentos da partícula que permanecerem na teca devem ser cuidadosamente recolhidos e purificados com água, que pode ser consumida pelo ministro. Esse cuidado é sinal do amor e do respeito pela presença real de Cristo na Eucaristia, até nos mínimos fragmentos.

Modelo de Celebração Breve da Comunhão aos Doentes

(Provavelmente o Ministro estará levando o Cristo Eucarístico, ao chegar é anunciada a Sua chegada)

 

Saudação Inicial

Min.: A paz esteja nesta casa e com todos que aqui vivem.

(A Teça é colocada sobre o local preparado. Todos fazem um breve silencio. Em seguida o Ministro Dirige aos presentes uma exortação espontânea ou a seguinte.)


Min.: Irmãos, Nosso Senhor Jesus Cristo antes de passar deste mundo para junto do Pai, deixou-nos o Sacramento do Seu Corpo e Seu Sangue para que fortalecidos por este alimento nos encontremos munidos com o penhor da ressurreição e unidos pela caridade ao nosso irmão (fala-se o nome do doente) rezemos com ele e por ele.


Ato Penitencial

Min.: Na presença do Senhor, reconhecemos que somos pecadores, para participar dignamente desta Celebração. Confessemos:

Todos: Confesso a Deus todo-poderoso, e a vós irmão e irmã, que pequei muitas vezes, por pensamentos e palavras, atos e omissões. Por minha culpa, minha tão grande culpa. E peço a virgem Maria, aos anjos e Santos e a vós irmãos e irmãs que rogueis por mim a Deus, Nosso Senhor.

Min.: Deus todo-poderoso tenha compaixão de nós perdoe os nossos pecados e nos conduza a vida eterna.


Rito da Palavra

(Lê-se uma das Leituras da Missa do dia. Após a Leitura deve-se um momento para reflexão).


Profissão de Fé

Min.: Agora eu os convido a professarmos juntos a nossa fé que por nossos pais e padrinhos foi professado no dia de nosso batismo e que repetimos na nossa primeira Eucaristia e ao sermos crismado.

Essa é a fé que nos une na mesma Igreja, tornando-nos filhos de Deus e irmãos de Cristo Jesus.


Preces

(Deus acolhe sempre os pedidos de seus filhos que muito amor tem por cada um, unidos num mesmo coração, elevemos a Ele os nossos pedidos por: – fala o nome do doente. (Esta oração pode ser feita em silencio ou citação com a resposta: Senhor escutai nossa prece)).


Rito da Comunhão

Min.: Unidos pelo amor de Deus aos irmãos façamos juntos a oração que o próprio Jesus nos ensinou.

Pai-Nosso


Min.: (Eleva a Hóstia e diz) Eu Sou o pão vivo que desceu do céu: se alguém comer deste Pão viverá eternamente. Felizes os convidados para a ceia do Senhor! Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!

Todos: Senhor eu não sou digno(a) que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra serie salvo(a).

(O Ministro Apresenta ao enfermo e para algum acompanhante que participante, mas não esteja por cuidado ao enfermo participando da Celebração Eucarística).

Min.: O CORPO DE CRISTO


Min.: Pai Santo, Deus eterno e todo poderoso, cheios de confiança vos pediram que o Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo, recebido por (coloca-se o nome do enfermo) lhe seja para o corpo e para a alma, um santo remédio de vida eterna. Pelo mesmo Jesus Cristo nosso Senhor.


Ritos Finais

Min.: Que o Senhor nos abençoe e nos guarde de todos os males e nos conduza a vida eterna. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo!

Todos: Amém

📚 Bibliografia

  • CNBB. Ritual da Sagrada Comunhão e do Culto Eucarístico Fora da Missa. Edições CNBB.
  • CONCÍLIO VATICANO II. Constituição Sacrosanctum Concilium, n. 26-27.
  • PAPA FRANCISCO. Mensagem para o Dia Mundial do Doente, várias edições.
  • CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, nn. 1509–1526.
  • CNBB. O Ministério Extraordinário da Sagrada Comunhão Eucarística – Subsídio de formação. Edições CNBB.


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